terça-feira, 27 de outubro de 2009

Construção de curral

O terreno escolhido deve estar bem posicionado em relação à sede e às invernadas, visando à facilidade de acesso e manejo. A localização no centro da propriedade, antecedendo a construção de cercas e outras benfeitorias, é a melhor opção. Entretanto, através de simples instalações de acesso ao curral, construídas com cercas de arame, é possível garantir uma eficiente condução dos anímaís ao ínteríor do curral. O local deve ser firme e seco, preferencialmente plano, não sujeito à erosão.
2.2 Dimensionamento
A capacidade total do curral é calculada em 500 reses, levando-se em conta a área útil e a relação de 2 m2/cabeça. Quando o manejo inclui aparte, a lotação fica restrita aos currais de depósito (200/300 reses), reservando-se os currais de aparte para separação dos animais.
Outras benfeitorias, que devem ser construídas anexas ao curral (curralão, manga de recolhida, piquetes, etc.), além de faciIitar o manejo e acesso ao interior do mesmo, permitem ampliar, com instalações simples, a capacidade de reunir animais que serão trabalhados em lotes de até 500 reses por vez.
2.3 Preparo do terreno
Procede-se, inicialmente, à limpeza do terreno, que deve ficar livre de toda vegetação e detritos. Posteriormente, faz-se uma movimentação de terra no círculo aproximado onde deverá ser instalado o curral, no sentido de fora para dentro, visando obter uma superfície redonda, semelhante a uma calota esférica, com cerca de 2% de inclinação. Esta operação visa favorecer o escoamento das águas pluviais, impedindo a formação de lama nos pontos de maior movimentação de gado. Finalmente, acrescenta-se uma camada de cascalho em toda a área, com uma faixa excedente em volta do curral e proximidades do embarcadouro, seguido de compactação para acabamento.
2.4 Marcação do curral
Escolhido e preparado o terreno para a instalação do curral, determina-se a posição do mesmo, considerando a facilidade de acesso e a insolação. A orientação leste/oeste, em seu maior eixo, é a posição desejável, impedindo maior penetração dos raios solares nas laterais do galpão. A partir do centro da área preparada, utilizando estacas, procede-se à marcação do galpão, brete, tronco de contenção e apartadouro. Posteriormente, marcam-se as cercas externas, subdivisões e porteiras.
2.5 Recomendações especiais
Uma planta baixa detalhada , facilitará a demarcação e construção do curral.



O eixo do conjunto brete, tronco de contenção e apartadouro deve ser em nível ou com pequeno aclive, evitando-se o declive. Quando o terreno for excessivamente arenoso ou não apresentar boas condições de drenagem, é conveniente proceder à concretagem dos palanques.
A aquisição dos materiais necessários à construção do curral será facilitada pela utilização da "Relação de materiais por categoria". Posteriormente, já visando a construção, esses materiais devem ser agrupados, considerando as especificações, conforme a "Relação de materiais por componentes"
Outros materiais podem ser utilizados na construção de currais, como cordoalhas de aço, vergalhções de ferro, arames galvanizados etc., cuja opção depende da conviniência local, da facilidade de aquisição e do custo.
Os portões corrediços utilizados no brete e embarcadouro, podem ser construídos também com canos de ferro galvanizado, fornecendo-lhes maior resistência. É conveniente aplicar tinta preservativa, à base de alcatrão líquido e creosol ou produto similar, em todo madeiramento sujeito à ação do tempo. Sob a cobertura do galpão usa-se normalmente tinta a óleo. Construído o curral, pode-se fazer a arborização da área de serviço com espécies apropriadas para sombra.

RELAÇÃO DE MATERIAIS POR CATEGORIA
________________________________________
7.1 Madeiras
7.2 Ferragens e outros
________________________________________
Materiais/ componentes Especificação Unidade Quantidade
7.1 Madeiras
• Esteio roliço  (0,18-0,25 m) x 4,00 m ud 16
• Palanque roliço  (0,18-0,25 m) x 3,50 m ud 10
• Palanque roliço  (0,18-0,25 m) x 3,30 m ud 58
• Palanque roliço  (0,18-0,25 m) x 3,00 m ud 77
• Palanque roliço  (0,18-0,25 m) x 1,50 m ud 1
• Vigota 0,08 x 0,10 x 3,50 m ud 16
• Vigota 0,08 x 0,10 x 3,00 m ud 5
• Vigota 0,08 x 0,10 x 2,50 m ud 2
• Vigota 0,08 x 0,10 x 2,00 m ud 1
• Vigota 0,08 x 0,10 x 2,00 m ud 10
• Viga 0,06 x 0,12 x 5,50 m ud 3
• Viga 0,06 x 0,12 x 4,00 m ud 35
• Viga 0,06 x 0,12 x 3,50 m ud 30
• Prancha 0,04 x 0,30 x 5,00 m ud 3
• Prancha 0,04 x 0,30 x 4,00 m ud 35
• Prancha 0,04 x 0,30 x 3,00 m ud 1
• Régua (tábua) 0,04 x 0,16 x 4,00 m ud 30
• Régua (tábua) 0,04 x 0,16 x 3,00 m ud 3
• Régua (tábua) 0,04 x 0,16 x 2,60 m ud 35
• Régua (tábua) 0,04 x 0,16 x 2,50 m ud 198
• Régua (tábua) 0,04 x 0,16 x 2,20 m ud 20
• Régua (tábua) 0,04 x 0,16 x 2,00 m ud 265
• Tábua 0,03 x 0,16 x 4,50 m ud 3
• Tábua 0,03 x 0,16 x 3,00 m ud 3
• Tábua 0,03 x 0,16 x 2,50 m ud 35
• Tábua 0,025 x 0,20 x 4,00 m ud 5
• Tábua 0,025 x 0,20 x 2,00 m ud 22
• Ripão 0,03 x 0,08 x 4,50 m ud 2
• Ripão 0,03 x 0,08 x 3,00 m ud 5
• Ripão 0,03 x 0,08 x 2,50 m ud 18
• Ripão 0,03 x 0,08 x 2,00 m ud 42
• Varão torneado  0,05 x 3,00 m ud 4
7.2 Ferragens e outros
• Chapa de ferro para emenda de vigas, com 3 furos  3/8" 1/4" x 2" x 0,50 m ud 14
• Chapa de ferros "meia-lua" para emenda de vigas, com 3 furos  3/8" 1/4" x 2" x 0,50 m ud 12
• Chapa de ferro em "U" (estribo) para pontaletes, com 2 furos  3/8" 1/4" x 2" x 0,30 m ud 5
• Braçadeira para tesouras em vergalhão, com chapas e porcas  3/8" x 0,35 m ud 14
• Chapa de ferro em "U" (estribo) para porteiras, com 3 furos  3/8" 1/4" x 2½" x 0,30 m ud 46
• Dobradiça para porteiras, com 3 furos  3/8", tipo pito 3/4" x (0,19-0,26 m) com porca e arruela lisa 1/4" x 2½" x 0,30 m ud 26
• Dobradiça para portas do apartadouro, com 9 furos  3/8", tipo pito 5/8" x (019-0,26 m) com porca e arruela lisa 1/4" x 2" x 0,89 m ud 8
• Dobradiça para portas do apartadouro, com 7 furos  3/8", tipo pito 5/8" x (019-0,26 m) com porca e arruela lisa 1/4" x 2" x 0,69 m ud 2
• Ferro com alvado para comando de portas do apartadouro com chapa para fixação, com 2 furos  3/8" 1/4" x 2" x 0,20 m ud 5
• Carretilha com rolamento  3" para portões corrediços, confeccionada em chapa, com 2 furos de  3/8" 1/4" x 2" x 0,40 m ud 6
• Alça para portões corrediços, confeccionada em vergalhão  3/8" x 0,25 m ud 3
• Agulha para portões corrediços do brete, confeccionada em vergalhão com rosca nas extremidades, com porcas e arruelas lisas  3/8" x 1,20 m ud 4
• Agulha para portão corrediço do embarcadouro, confeccionada em vergalhão com rosca nas extremidades, com porcas e arruelas lisas  3/8" x 0,90 m ud 2
• Grampo para palanques, com porcas e arruelas lisas  3/8" x (0,19-0,26 m) ud 110
• Parafuso francês para palanques, com porca e arruela lisa  3/8" x (0,19-0,26 m) ud 415
• Parafuso francês com porca e arruela lisa  3/8" x 0,10 m ud 36
• Parafuso francês com porca e arruela lisa  3/8" x 0,09 m ud 6
• Parafuso francês com porca e arruela lisa  5/16" x 0,10 m ud 33
• Parafuso sextavado com porca, para portões corrediços  5/8" x (0,40-0,58 m) ud 6
• Parafuso sextavado com porca  3/8" x 0,14 m ud 21
• Parafuso sextavado com porca  3/8" x 0,10 m ud 228
• Parafuso sextavado com porca  3/8" x 0,08 m ud 31
• Parafuso sextavado com porca  3/8" x 0,05 m ud 100
• Parafuso sextavado, galvanizado para chapas onduladas, com rosca soberba e arruelas de vedação  3/8" x 0,11 m ud 126
• Corrente galvanizada nº 50 B, para fecho de porteiras e portões (5 x 6 mm) m 13
• Prego liso galvanizado 22 x 48 kg 8
• Tronco de contenção (pré-fabricado) 4,00 m ud 1
• Chapa ondulada de cimento-amianto com 6 mm de espessura 1,10 x 2,13 m ud 82
• Cumeeira articulada de cimento-amianto com 6 mm de espessura 1,10 m par 21
• Cimento Portland CP-32 sc/ 50 kg 35
• Pedra britada nº 2 m3 8
• Areia grossa lavada m3 7
• Cal hidratada sc/ 20 kg 3
• Tijolo maciço ud 400
• Tinta óleo 1 20
• Tinta preservativa alcatrão + creosol tb/ 200 1 1
6
RELAÇÃO DE MATERIAIS POR COMPONENTES
________________________________________
6.1 Cercas e porteiras
. Lances de cerca externa . Porteira da entrada principal
. Lances de cerca interna . Porteiras dos currais

6.2
6.3
6.4
6.5
6.6
6.7
Galpão aberto de duas águas
Seringa
Brete
Tronco de contenção
Apartadouro
Embarcadouro
________________________________________

Materiais/ componentes Especificação Unidade Quantidade
6.1 Cercas e porteiras
6.1.1 Lances de cerca externa 2,60 x 2,15 m ud 5
MADEIRAS
• Palanque roliço  (0,18-0,25 m) x 3,30 m ud 5
• Régua 0,04 x 0,16 x 2,60 m ud 25
FERRAGENS E OUTROS
• Grampo com porcas e arruelas lisas  3/8" x (0,19-0,26 m) ud 4
• Parafuso francês com porca e arruela lisa  3/8" x (0,19-0,26 m) ud 11
• Tinta preservativa alcatrão + creosol L 7
6.1.2 Lances de cerca externa 2,50 x 2,15 m ud 39
MADEIRAS
• Palanque roliço  (0,18-0,25 m) x 3,30 m ud 41
• Régua 0,04 x 0,16 x 2,50 m ud 195
FERRAGENS E OUTROS
• Grampo com porcas e arruelas lisas  (3/8" x (0,19-0,26 m) ud 38
• Parafuso francês com porca e arruela lisa  (3/8" x (0,19-0,26 m) ud 85
• Tinta preservativa alcatrão + creosol L
6.1.3 Lances de cerca interna 2,60 x 2,00 m ud 2
MADEIRAS
• Palanque roliço  (0,18-0,25 m ) x 3,00 m ud 2
• Régua 0,04 x 0,16 x 2,60 m ud 10
FERRAGENS E OUTROS
• Grampo com porcas e arruelas lisas  3/8" x (0,19-0,26 m) ud 2
• Parafuso francês com porca e arruela lisa  3/8" x (0,19-0,26 m) ud 10
• Tinta preservativa alcatrão + creosol L 3
6.1.4 Lances de cerca interna 2,20 x 2,00 m ud 2
MADEIRAS
• Palanque roliço  (0,18-0,25 m) x 3,00 m ud 2
• Régua 0,04 x 0,16 x 2,20 m ud 10
FERRAGENS E OUTROS
• Parafuso francês com porca e arruela lisa  3/8" x (0,19-0,26 m) ud 6
• Tinta preservativa alcatrão + creosol L 3
6.1.5 Lances de cerca interna 2,00 x 2,00 m ud 26
MADEIRAS
• Palanque roliço  (0,18-0,25 m) x 3,00 m ud 28
• Régua 0,04 x 0,16 x 2,00 m ud 130
FERRAGENS E OUTROS
• Grampo com porcas e porca e arruela lisa  3/8" x (0,19-0,26 m) ud 61
• Tinta preservativa alcatrão + creosol L 39
6.1.6 Porteira da entrada principal 3,00 x 1,75 m ud 1
MADEIRAS
• Vigota 0,08 x 0,10 x 3,50 m ud 1
• Vigota 0,08 x 0,10 x 3,00 m ud 2
• Vigota 0,06 x 0,08 x 2,00 m ud 1
• Tábua 0,03 x 0,16 x 3,00 m ud 3
• Ripão 0,03 x 0,08 x 4,50 m ud 2
• Ripão 0,03 x 0,08 x 3,00 m ud 2
FERRAGENS E OUTROS
• Chapa de ferro em "U" (estribo) para porteiras, com 3 furos  3/8" 1/4" x 2½" x 0,30 m ud 4
• Dobradiça para porteiras. Com 3 furos  3/8" x (0,19-0,26 m) com porca e arruela lisa 1/4" x 2½" x 0,30 m ud 2
• Parafuso sextavado com porca  3/8" x 0,10 m ud 18
• Parafuso francês com porca e arruela lisa  5/16" x 0,10 m ud 6
• Corrente galvanizada nº 50 B para fecho (5 x 6 mm) m 1
• Tinta preservativa alcatrão + creosol L 2
6.1.7 Porteiras dos currais 2,50 x 1,75 m ud 6
MADEIRAS
• Vigota 0,08 x 0,10 x 3,50 m ud 6
• Vigota 0,06 x 0,08 x 2,00 m ud 6
• Tábua 0,03 x 0,16 x 2,50 m ud 18
• Ripão 0,03 x 0,08 x 2,50 m ud 12
• Ripão 0,03 x 0,08 x 2,00 m ud 24
FERRAGENS E OUTROS
• Chapa de ferro em "U" (estribo) para porteiras, com 3 furos  3/8" 1/4" x 2½" x 0,30 m 24
• Dobradiças para porteiras, com 3 furos  3/8", tipo pito 3/4" x (0,19 x 0,26) com porca e arruela lisa 1/4" x 2½" x 0,30 m ud 12
• Parafuso sextavado com porca  3/8" x 0,10 m ud 108
• Parafuso francês com porca e arruela lisa  3/8" x 0,10 m ud 36
• Corrente galvanizada nº 50 B, para fecho (5 x 6 mm) m 6
• Tinta preservativa alcatrão + creosol L 9

Instalações para suinos

Homeotermia

Os suínos são animais homeotérmicos, capazes de regular a temperatura corporal. No entanto, o mecanismo de homeostase, é eficiente somente quando a temperatura ambiente está dentro de certos limites. Portanto é importante que as instalações tenham temperaturas ambientais próximas às das condições de conforto dos suínos. Nesse sentido, o aperfeiçoamento das instalações com adoção de técnicas e equipamentos de condicionamento térmico ambiental tem superado os efeitos prejudiciais de alguns elementos climáticos, possibilitando alcançar bom desempenho produtivo dos animais.

Tabela 4. Temperatura de conforto para diferentes categorias de suínos.
Categoria Temperatura de conforto (°C) Temperatura crítica inferior (°C) Temperatura crítica superior (°C)
Recém-nascidos
32-34
-
-
Leitões até a desmama
29-31
21
36
Leitões desmamados
22-26
17
27
Leitões em crescimento
18-20
15
26
Suínos em terminação
12-21
12
26
Fêmeas gestantes
16-19
10
24
Fêmeas em lactação
12-16
7
23
Fêmeas vazias e machos
17-21
10
25
Fonte: (Referência n° 33) Perdomo et.al. (1985).
Princípios básicos

Para manter a temperatura interna da instalação dentro da zona de conforto térmico dos animais, aproveitando as condições naturais do clima, alguns aspectos básicos devem ser observados, como: localização, orientação e dimensões das instalações, cobertura, área circundante e sombreamento.

Localização

A área selecionada deve permitir a locação da instalação e de sua possível expansão, de acordo com as exigências do projeto, de biossegurança e daquelas descritas na proteção ambiental.

O local deve ser escolhido de tal modo que se aproveitem as vantagens da circulação natural do ar e se evite a obstrução do ar por outras construções, barreiras naturais ou artificiais. A instalação deve ser situada em relação à principal direção do vento. Caso isto não ocorra, a localização da instalação, para diminuir os efeitos da radiação solar em seu interior, prevalece sobre a direção do vento dominante.

Escolher o local com declividade suave, voltada para o norte, é desejável para boa ventilação. No entanto, os ventos dominantes locais, devem ser levados em conta, principalmente no período de inverno, devendo-se prever barreiras naturais.

É recomendável dentro do possível, que sejam situadas em locais de topografia plana ou levemente ondulada, contudo é interessante observar o comportamento da corrente de ar, por entre vales e planícies, nestes locais é comum o vento ganhar grandes velocidades e causar danos nas construções.

O afastamento entre instalações, deve ser suficiente para que uma não atue como barreira à ventilação natural da outra. Assim, recomenda-se afastamento de 10 vezes a altura da instalação, entre as duas primeiras a barlavento, sendo que da segunda instalação em diante o afastamento deverá ser de 20 à 25 vezes esta altura.








Orientação

O sol não é imprescindível à suinocultura. Se possível, o melhor é evitá-lo dentro das instalações. Assim, devem ser construídas com o seu eixo longitudinal orientado no sentido leste-oeste. Nesta posição nas horas mais quentes do dia a sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga calorífica recebida pela instalação será a menor possível. A temperatura do topo da cobertura se eleva, por isso é de grande importância a escolha do material para evitar que esta se torne um coletor solar. Na época da construção da instalação deve ser levada em consideração a trajetória do sol, para que a orientação leste-oeste seja correta para as condições mais críticas de verão. Por mais que se oriente adequadamente a instalação em relação ao sol, haverá incidência direta de radiação solar em seu interior em algumas horas do dia na face norte, no período de inverno. Providenciar nesta face dispositivos para evitar esta radiação.

Largura

A grande influência da largura da instalação é no acondicionamento térmico interior, bem como em seu custo. A largura do instalação está relacionada com o clima da região onde a mesma será construída, com o número de animais alojados e com as dimensões e disposições das baias. Normalmente recomenda-se largura de até 10 m para clima quente e úmido e largura de 10 até 14 m para clima quente e seco.

Pé direito

O pé direito da instalação é elemento importante para favorecer a ventilação e reduzir a quantidade de energia radiante vinda da cobertura sobre os animais. Estando os suínos mais distantes da superfície inferior do material de cobertura, receberão menor quantidade de energia radiante, por unidade de superfície do corpo, sob condições normais de radiação. Desta forma, quanto maior o pé direito da instalação, menor é a carga térmica recebida pelos animais. Recomenda-se como regra geral pé-direito de 3 a 3,5 m.

Comprimento

O comprimento da instalação deve ser estabelecido com base no Planejamento da Produção, assim como também para evitar problemas com terraplanagem e sistema de distribuição de água
Cobertura

O telhado recebe a radiação do sol emitindo-a, tanto para cima, como para o interior da instalação. O mais recomendável é escolher para o telhado, material com grande resistência térmica, como a telha cerâmica. Pode-se utilizar estrutura de madeira, metálica ou pré-fabricada de concreto.

Sugere-se a pintura da parte superior da cobertura na cor branca e na face inferior na cor preta. Antes da pintura deve ser feita lavagem do telhado para retirar o limo ou crostas que estiverem aderidos à telha e facilitar assim, a fixação da tinta.

A proteção contra a radiação recebida e emitida pela cobertura para o interior da instalação, pode ser feita com uso de forro. Este atua como segunda barreira física, permitindo a formação de camada de ar junto à cobertura e contribuindo na redução da transferência de calor para o interior da construção.

Outras técnicas para melhorar o desempenho das coberturas e condicionar ótima proteção contra a radiação solar, tem sido o uso de isolantes sobre as telhas (poliuretano), sob as telhas (poliuretano, poliestireno extrusado, lã de vidro ou similares), ou mesmo forro à altura do pé-direito.

O lanternim, abertura na parte superior do telhado, é altamente recomendável para se conseguir adequada ventilação, pois, permite a renovação contínua do ar pelo processo de termossifão resultando em ambiente confortável. Deve ser em duas águas, disposto longitudinalmente na cobertura. Este deve permitir abertura mínima de 10% da largura (L) da instalação, com sobreposição de telhados com afastamento de 5% da largura da instalação ou 40 cm no mínimo. Deve ser equipado, com sistema que permita fácil fechamento e com tela de arame nas aberturas para evitar a entrada de pássaros.


Largura, pé-direito e beiral em função do clima para telhas de barro.
Clima Largura (m) Pé-direito (m) Beiral (m)
Quente seco 10,0 -14,0
2,8 - 3,0
1,2 - 1,5
Quente úmido 6,0 - 8,0
2,5 - 2,8
1,2 - 1,5
Obs: O uso da telha fibro-cimento está sendo limitado em alguns Estados.



Áreas circundantes

A qualidade das áreas circundantes afetam a radiosidade. É comum o plantio de grama em toda a área delimitada das instalações pois reduz a quantidade de luz refletida e o calor que penetra nos mesmos, além de evitar erosão em taludes aterros e cortes. Esta grama deve ser de crescimento rápido que feche bem o solo não permitindo a propagação de plantas invasoras. Deverá ser constantemente aparada para evitar a proliferação de insetos.

Para receber as águas provenientes do telhado, construir uma canaleta ao longo da instalação de 0,40 m de largura com declividade de 1%, revestida de alvenaria de tijolos ou de concreto pré-fabricado.

A rede de esgoto deve ser em manilhas ou tubos de PVC, sendo recomendado diâmetro mínimo de 0,30 para as linhas principais e de 0,20 m para as secundárias.


Sombreamento

O emprego de árvores altas produz micro clima ameno nas instalações, devido a projeção de sombra sobre o telhado. Para as regiões onde o inverno é mais intenso as árvores devem ser caducifólias. Assim, durante o inverno as folhas caem permitindo o aquecimento da cobertura e no verão a copa das árvores torna-se compacta sombreando a cobertura e diminuindo a carga térmica radiante para o interior da instalação. Devem ser plantadas nas faces norte e oeste da instalação e mantidas desgalhadas na região do tronco, preservando a copa superior. Desta forma a ventilação natural não fica prejudicada. Fazer verificação constante das calhas para evitar entupimento com folhas.

Instalações por fase

O sistema de produção de suínos compreende as fases de pré-cobrição e gestação, maternidade, creche, crescimento e terminação. Os aspectos construtivos das instalações diferem em cada fase de criação e devem se adequar às características físicas, fisiológicas e térmicas do animal.

Pré-cobrição e gestação

Nessas instalações ficarão alojadas em baias coletivas, as fêmeas de reposição até o primeiro parto e as porcas a partir de 28 dias de gestação. Em boxes individuais, ficarão as fêmeas desmamadas até 28 dias de gestação. Os machos ficarão em baias individuais.

As instalações para essa fase são abertas, com controle da ventilação por meio de cortinas, contendo baias para as fêmeas reprodutoras em frente ou ao lado das baias para os machos (cachaços). As baias das porcas em gestação podem ter acesso a piquetes para o exercício.

Aconselha-se o uso de paredes laterais externas e internas, ripadas com placas pré-fabricadas em cimento ou outro material para obter-se boa ventilação natural no interior dos prédios.

Fundação direta descontínua sob os pilares e direta contínua sob as alvenarias, ambas em concreto 1:4:8 (cimento, areia e brita).

Nos boxes individuais de gestação, o piso deve ser parcialmente ripado e nos boxes dos machos e de reposição, pode-se adotar o piso compacto ou parcialmente ripado. Piso compacto de 6 a 8 cm de espessura em concreto 1:4:8 com revestimento de argamassa 1:3 ou 1:4 (areia média) com declividade de 2% no sentido das canaletas de drenagem. Piso áspero danifica o casco do animal e piso excessivamente liso dificulta o ato de levantar e deitar. Os comedouros e bebedouros são instalados na parte frontal. Na parte traseira das baias é construído um canal coletor de dejetos. A canaleta de drenagem pode ser externa à baia com largura de 30 a 40 cm, ou na parte interna da baia com largura de aproximadamente 30% do comprimento da baia e com declividade suficiente para não permanecer dejetos dentro da mesma. O fechamento da canaleta poderá ser de ferro ou de concreto.

Nas baias coletivas pode-se usar o piso compacto ou 2/3 compacto e 1/3 ripado, bebedouro tipo concha e comedouro com divisórias para cada animal.

Recomendações para orientação de projetos para as fases de gestação, pré-cobrição e de macho.
Baias
Área recomendada (m2/animal)
Gestação individual (Box/gaiola)
1,32
Leitoas em baias coletivas
2
Leitoas em baias coletivas
3
Macho
6



Número de animais por baia
Gestação coletiva/reposição/pré-cobrição
6 a 10


Área de piquete por fêmea
200 m2

Maternidade

É a instalação utilizada para o parto e fase de lactação das porcas que, por ser a fase mais sensível da produção de suínos, deve ser construída atentando com muito cuidado para os detalhes. Qualquer erro na construção poderá trazer graves problemas, como de umidade (empoçamento de fezes e urina), esmagamento de leitões e calor ou frio em excesso que provocam, como conseqüência, alta mortalidade de leitões. Na maternidade deve-se prever dois ambientes distintos, um para as porcas e outro para os leitões. Como a faixa de temperatura de conforto das porcas é diferente daquela dos leitões, torna-se obrigatório o uso do escamoteador para os leitões.

Maternidade em salas de parto múltiplas com parições escalonadas
Conforme já mencionado no Capítulo 3, as salas não podem ter comunicação direta entre si, recomendando-se o acesso a cada uma delas por meio de portas localizadas na lateral da instalação. É indispensável o uso de forro como isolante térmico e cortinas laterais para proporcionar melhores condições de conforto.
As celas parideiras devem ser instaladas ao nível do piso . O piso da gaiola de parição é dividido em 3 partes distintas, que são:
1)– local onde fica alojada a porca - parte dianteira com 1,30 m em piso compacto de concreto no traço 1:3:5 ou 1:4:8 de cimento areia grossa e brita 1, com 6 cm de espessura e, sobre esse é feita uma cimentação no traço 1:3 de cimento e áreia média na espessura de 1,5 a 2,5 cm, e parte de traseira com 90 cm, em ripado de concreto ou metal. Altura de 1,10 m e largura de 0,60 m.
2)– local onde ficam alojados os leitões, denominado escamoteador - construído em concreto como o anterior, localizado entre duas baias na parte frontal, com largura de 0,60 m e comprimento de 1,20 m.
3)– Laterais da baia onde os leitões ficam para se amamentar - um lado construído em concreto e o outro em ripado de concreto ou metal com 0,60 m de largura.

Área de parição
A área de parição pode ser em baias convencionais ou em celas parideiras.
Nas baias convencionais há necessidade de dispor de maior espaço que, por outro lado, contribui para um maior conforto (bem estar animal) para as porcas. Essas baias devem ter, nas laterais, um protetor contra o esmagamento dos leitões e numa das laterais o escamoteador.
Nas gaiolas metálicas as divisórias podem ser de ferro redondo de construção de 6,3 mm de diâmetro e chapas de 2,5 x 6,3 mm ou em uma estrutura de chapa de 2,5 x 6,3 mm e tela de 5 cm de malha.
O escamoteador deve, em ambos os casos, ser dotado de uma fonte de aquecimento baseada em energia elétrica, biogás ou lenha. As dimensões recomendadas para a área de parição em baias convencionais e celas parideiras são apresentadas .

Coeficientes técnicos indicados para as áreas de parição.
- Cela Parideira:
Área da cela parideira
Espaço para a porca
Espaço para os leitões
Altura da cela parideira
Altura das divisórias Superior a 3,96 m2
0,60 m x 2,20 m
0,60 m de cada lado x 2,20 m de comprimento
1,10 m
0,40 m a 0,50 m
- Baia convencional
Área mínima do piso
Altura do protetor contra esmagamento
Distância do protetor da parede 6 m2 (2,0 m x 3,0 m)
0,20 m

0,12 m
- Escamoteador
Área mínima do piso 0,70 m2
- Largura mínima do corredor de serviço 1,0 m
Creche

Creche é a edificação destinada aos leitões desmamados. Deve-se prever a instalação de cortinas nas laterais para permitir o manejo adequado da ventilação.

As baias devem ser de piso ripado ou parcialmente ripado. Pisos parcialmente ripados devem ter aproximadamente 2/3 da baia com piso compacto e o restante (1/3) com piso ripado, onde os leitões irão defecar, urinar e beber água.

É necessário dispor de um sistema de aquecimento, que pode ser elétrico, a gás ou a lenha, para manter a temperatura ambiente ideal para os leitões, principalmente nas primeiras semanas após o desmame. Em regiões frias é recomendado o uso de abafadores sobre as baias, com o objetivo de criar um microclima confortável.

Além do agrupamento correto dos leitões e da adequação de espaço para os animais, é importante que nesta fase inicial de crescimento, o leitão tenha condições de temperatura e renovação de ar compatíveis com as suas exigências. Sabe-se que um leitão desmamado precocemente necessita de um ambiente protegido e que um número excessivo de animais em pequenas salas causam problemas de concentração de gases nocivos e odores desagradáveis. Recomenda-se a construção de baias para 4 a 5 leitegadas, respeitando-se a uniformidade dos leitões nas baias, em salas com um sistema de renovação de ar, preferentemente com ventilação natural.

As instalações podem ser abertas, com cortinas para permitir uma boa ventilação amenizando o estresse calórico. É indispensável o uso de forro como isolante térmico e cortinas laterais para proporcionar melhores condições de conforto.

Coeficientes técnicos indicados para a creche.
Área recomendada por leitão:
- Piso totalmente ripado
- Piso parcialmente ripado 0,30 m2
0,35 m2
Altura das paredes das baias 0,50 m a 0,70 m
Declividade do piso
5%
Crescimento e Terminação

Essa edificação destina-se ao crescimento e terminação dos animais desde a fase que vai da saída da creche até a comercialização.

O piso das baias pode ser totalmente ripado ou 2/3 compacto e 1/3 ripado. O piso totalmente ripado é o mais indicado para regiões quentes, porém, é o de custo mais elevado. O piso parcialmente ripado, isto é, constituído de 30% da área do piso da baia em ripado sobre fosso, é construído em vigotas de concreto e o restante da área do piso (70%) compacto em concreto.

O manejo dos dejetos deve ser do lado de fora da edificação e por sala para possibilitar maior higiene e limpeza.

A declividade do piso da baia deve situar-se entre 3% e 5%.

As paredes laterais podem ser ripadas, em placas pré-fabricadas em cimento ou outro material, para facilitar a ventilação natural.

As instalações nesta fase necessitam de pouca proteção contra o frio (exceto correntes prejudiciais que podem ser controladas por meio de cortinas), e de grande proteção contra o excessivo calor, razão pela qual devem ser bem ventiladas, levando em consideração a densidade e o tamanho dos animais. Nesta fase há uma formação de grande quantidade de calor, gases e dejeções que poderão prejudicar o ambiente. Para se ter uma ventilação natural apropriada, as instalações devem possuir área por animal de 0,70, 0,80 e 1,00 m² para piso totalmente ripado, parcialmente ripado e compacto, respectivamente.

Para o sistema de ventilação mecânica pode ser adotada a exaustão ou pressurização (ventilação negativa ou positiva). O correto dimensionamento do equipamento de ventilação deve atender à demanda máxima de renovação de ar nos períodos mais quentes. Pode-se também adotar o sistema de resfriamento evaporativo por nebulização em alta pressão (> 200 psi) para evitar estresse térmico em dias quentes.

Características dos pisos ripados

Para a construção de pisos ripados em concreto, são utilizadas vigas pré-moldadas cujas dimensões estão especificadas na Tabela 9. Estas vigas são apenas assentadas e encaixadas nas reentrâncias das paredes laterais do fosso, mantendo-se afastadas umas das outras com um chanfro de argamassa de cimento e areia que define a largura das frestas.

hidroponia


Material :
1 barra 6 metros de cano de pvc esgoto 75 mm de boa qualidade

2 tampas p/ cano de 75 mm

2 joelhos p/ cano de 20 mm

1 barra 6 metros de cano 20 mm

60 cm de mangueira fina com diâmetro que você consiga encaixar na saída da bomba.

1 tanque para reservatório de água

1 bomba de aquário tipo que fica dentro da água para 90 litros /hora 5 wats 110v ou 220v conforme sua região

Varetas de ferro para suporte e abraçadeiras para fixar o cano.



Saiba mais
A hidropônia é a ciência de cultivar plantas sem solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta.
Na hidropônia as raízes podem estar suspensas em meio liquido ou apoiadas em substrato inerte (areia lavada por exemplo).

A palavra hidropônia vem do grego, dos radicais hydro = água e ponos = trabalho. Apesar de ser uma técnica relativamente antiga, o termo hidropônia só foi utilizado pela primeira vez em 1935 pelo Dr. W. F. Gericke da Universidade da Califórnia.
O Dr. Gericke adotou o sistema de cultivo sem solo para as condições de campo, de tal forma que se tornou o primeiro passo para viabilizar o cultivo em escala comercial..
Quando se diz que "Gericke é o pai da hidropônia" não significa que ele inventou o cultivo sem solo, mas trata-se de uma homenagem aos avanços científicos conquistados por ele e por ter pela primeira vez usado o termo hidropônia.


No inicio posicionamos o cano sobre os apoios para ter uma idéia de como ficara o desnível para que a água escoe lentamente, use uma mangueira para determinar o desnível, para um cano de 6 metros 7 cm de desnível esta bom mais 2 cm de desnível para o cano de 20 mm que faz o retorno para o reservatório.
É importante não ter muito desnível para que a bomba não tenha que empurrar a água muito alto.


Com distancia de 15 cm e feita a demarcação dos pontos a serem furados e utilizando uma serra copo faz se os furos, o rendimento é de 40 covas.


Existem muitas receitas para o preparo da solução nutritiva para folhosas como alface e para morangos, mas para uso domestico onde a quantidade é muito pequena não compensa, alguns dos produtos são vendidos somente em sacos de 25 kg.
Uma dica você pode comprar a solução nutritiva já pronta são kits para 1000 litros de água, para alface é o mesmo produto do começo ao fim, para morangos são dois produtos solução 1 para uso até a primeira flor de fruto e solução 2 fase de floração e frutos.

Este é um endereço onde consegui os produtos Gioplanta :(19)3879-3440 Telefax (19)3879-2488 Tel. (19)3879-3488 (19)3879-3440 http://www.gioplanta.com.br


Como os kits vem para 1000 litros e o tanque em uso no momento é de 40 litros seria um pouco exagerado preparar todo o conteúdo então dividi o kit em 4 partes iguais usando uma pequena balança que pesa ate 125 gr. Pega-se uma das partes e dissolve-se os conteúdos em um pote de plástico com aproximadamente 400ml de água morna, dissolva cada produto separadamente e apos coloque em um frasco de um litro complete com água até completar um litro e pronto você tem 1 litro de solução que é o suficiente para 250 litros de água.

Aqui temos a esponja floral encontrada facilmente em floriculturas usada para fixar as raízes das plantas menores.
Um copo de medidas.

Um litro de solução ( I ) para morangos este um litro é o suficiente para 250 litros de água, como o reservatório é de 40 litros usa-se 160 ml de solução.

Ex: 250 L / 40 L = 6,25 então 1000ml / 6,25 = 160 ml de solução

Ex: 250 L / 100 L = 2,5 então 1000ml / 2,5 = 400 ml de solução




A bomba usada é para 90 litros de água p/ hora, mas como ela eleva esta para aproximadamente 50cm perde um pouco de força mas sem problema ainda assim tem um rendimento de aproximadamente 60 litros / hora.
Para implementar pode ser usado um timer para desligar a bomba de 15 em 15 minutos, ou seja 15 minutos ligada e 15 minutos desligado a noite o intervalo pode ser bem maior 15 ligado e 3 horas desligado

torque e potencia






Durante os anos em que fomos à escola, muitos de nós frequentemente perguntaram (especialmente aqueles que não gostavam de Física) o porquê de se aprender ou decorar fórmulas como as de potência e de torque. Na prática e para a grande maioria das pessoas, realmente não há utilidade, porém mesmo que você não seja um engenheiro projetista de automóveis, toda vez que você acelera seu carro, estes entre outros conceitos estão atuando e se revertendo em maior ou menor desempenho.

Você que tem o hábito de avaliar especificações técnicas de carros e seus motores, já deve ter notado que em geral os motores a gasolina produzem mais potência do que motores diesel que tenham o mesmo deslocamento. Em contrapartida os motores diesel produzem mais torque, particularmente em regimes de rotação bem inferiores. Por que isto acontece?

Para podermos responder a esta pergunta, precisamos inicialmente lembrar de alguns conceitos e como o torque e a potência se relacionam e produzem o desempenho que se quer alcançar, seja em um motor diesel ou gasolina. Perdão aos puristas da Física, mas para que o assunto não seja um retorno a sala de aula e nem demasiadamente tedioso, seremos apenas superficiais.

Quando se quer aplicar a um parafuso ou porca uma força maior, seja para apertá-lo ou para soltá-lo, normalmente usam-se ferramentas de cabos mais longos ou uma alavanca maior, correto? Pois então, toda vez que você faz isto ou vê alguém fazendo (por exemplo, o borracheiro ao soltar uma parafuso de roda) está se empregando o princípio do torque. Ou seja, torque é a força aplicada em um braço ou alavanca, que irá produzir no ponto de atuação (porca, parafuso, eixo, etc) uma força multiplicada pelo comprimento do braço, como a própria unidade faz supor:

Kgfm = (Kilograma-força X Metro)


A justificativa desta explicação, fica justamente por conta do comprimento das bielas e dos braços do eixo do virabrequim (eixo de manivelas) nos motores diesel. Tais motores em caminhões e ônibus e até mesmo em veículos menores, são geralmente grandes entre outras razões, por contarem com longas bielas e manivelas do virabrequim, a fim de produzirem níveis elevados de torque.

É justamente este torque que vai fazer com que um caminhão arranque em uma subida carregado e daí porque ele tem que estar presente já a partir de baixas rotações do motor. Se como nos motores a gasolina ele surgisse em regimes de rotações mais elevadas, certamente não haveria força suficiente para entrar em movimento.

Naturalmente, os níveis mais baixos de rotação de um motor diesel, não dependem só disso, como também de características químicas e físicas do próprio combustível, tais como poder de detonação, compressão, energia, entre outras. Imagine também a vibração e o desequilíbrio dinâmico produzidos por grandes bielas e manivelas, assim como longos cursos de pistão, funcionando a 6000 ou 7000 rotações por minuto, ou a mais de 15000, como acontece em motores de Fórmula 1!

Já a potência pode ser definida como sendo a força aplicada sobre um corpo, para deslocá-lo uma certa distância em um determinado intervalo de tempo. Calma, tentaremos explicar-lhe melhor. James Watt foi um engenheiro que celebrizou-se por seu trabalho a respeito e foi o criador dos termos Watt (como seria de se imaginar!) e hp (Horse Power). Em avaliações que ele realizou junto aos cavalos que retiravam carvão das minas, Watt concluiu que em média, cada cavalos era capaz de içar dos fundos das minas, cerca de 330 libras (149.7 kg) de carvão, por uma distância de 100 pés (30.48 metros) em um intervalo de 1 minuto, ou seja, 33000 lb.ft/min. Tal potência ficou conhecida e é utilizada até hoje, como sendo o equivalente a 1 hp.

Usando a explicação anterior podemos concluir de onde vem a potência do motor. A força aplicada por cada pistão (explosão), multiplicada pela distância do deslocamento (curso) provocado em um intervalo de tempo, produz a potência bruta do motor. Note que quanto mais rotações um motor realizar em um mesmo intervalo, mais potência ele irá produzir. Como potência é função da velocidade com que o motor trabalha, explica-se porque motores diesel produzem menos potência que motores a gasolina, equivalentes em deslocamento e porque a potência máxima "aparece" apenas próximo ao limite de rotações.

Assim, agora você já é capaz de entender porque em seu carro movido a gasolina (ou álcool) ou até mesmo em um diesel, é preciso esticar-se mais as marchas para obter-se melhor rendimento (aceleração) e porque com o motor em baixos regimes de rotação ele não tem "força" para subir uma ladeira carregado, por exemplo. Contudo, é importante salientar que cada vez mais esforços vem sendo empregados a fim de se conseguir motores que conciliem ambas as características, confirmadas pela nova geração de motores diesel que vem equipando muitos carros de passeio na Europa, com desempenho bem próximo dos movidos a gasolina.

Hoje é comum ouvirmos um barulho estranho e metálico vindo principalmente de carros dotados de injeção eletrônica, acentuando-se quando esses veículos estão numa subida ou carregados. A origem disto?

Bem, existem algumas diferentes causas para o mesmo problema, surgindo quando uma explosão ocorre de forma desordenada no interior do cilindro, devido a existência de duas ou mais frentes de chamas:

Detonação: A detonação pode ser definida com uma combustão proveniente da reação rápida e espontânea de uma parte da mistura ar/combustível, quando esta é submetida a pressões e temperaturas crescentes originadas da combustão normal. A mistura é ignizada pela centelha da vela e a combustão se processa normalmente até que a frente de chama avançando superaquece - por compressão e radiação - os gases ainda não queimados. Surge então uma chama não controlada, que pode provocar algo semelhante a uma explosão na câmara. Esta frente de chama secundária, avança com velocidade supersônica até colidir com a frente original, criando o ruído característico de "batida" e que ressoa sobre as paredes e a superfície da câmara. A detonação cria uma explosão com pressão e velocidades violentas dentro da câmara, como o motor não pode efetivamente utilizar esta energia, ela é dissipada na forma de calor e vibrações de alta freqüência, que podem exercer esforços sobre os pistões e anéis além dos seus limites de resistência mecânica. Os topos dos pistões são perfurados, as cabeças sofrem erosão, regiões dos anéis são fraturadas e os próprios anéis quebrados, tudo isto devido a esta energia não utilizada.

Pré-Ignição: A pré-ignição provoca a queima da mistura antes do tempo normal de combustão (muito cedo), ao contrário da detonação que a atrasa. A pré-ignição ocorre quando a mistura ar/combustível é queimada por uma fonte não controlada antes de ser ignizada pela faísca da vela. A pré-ignição pode destruir um motor em minutos. Ela provoca uma reação muito rápida da mistura ar/combustível porque ela cria duas frentes de chama sendo queimadas simultaneamente. Isto gera altas temperaturas, às vezes acima de 2200º, e ao mesmo tempo, as pressões de pico são aproximadamente o dobro (cerca de 8200 kPa contra 4100 kPa) das pressões de combustão normal. O instante destas pressões de pico agrava ainda mais o problema. Como a mistura foi queimada prematuramente, a pressão de pico é normalmente atingida um pouco antes do P.M.S. (Ponto Morto Superior). Isto deixa menos espaço para os gases em combustão, o que aumenta as pressões de pico. Entretanto, o pistão está sendo forçado para cima contra uma chama do tipo "maçarico" e, embora o pistão esteja próximo do P.M.S., as paredes do cilindro ficam pouco expostas, havendo assim uma área menor da sua superfície para a troca de calor. À medida que a temperatura das peças se eleva, a pré-ignição começa a ocorrer cada vez mais cedo no ciclo, adiantando-se à faísca da vela e diminuindo a potência do motor.


Tudo isto significa que uma ou mais das seguintes situações pode estar ocorrendo:
taxa de compressão elevada

ponto de ignição das velas adiantado

má regulagem da mistura de ar/combustível

combustível de baixa octanagem

depósitos de carvão que permanecem incandescentes nos pistões ou cabeçote

velas de tipo excessivamente quente para o motor

carga excessiva do motor


Caso o motor continue rodando por muito tempo nessas condições, corre-se o risco de causar sérios danos ao motor, como cabeçote, velas e pistões. Esses componentes não foram fabricados para suportar explosões tão fortes e irregulares. Se você estiver ouvindo um barulho estranho - como o descrito aqui - vindo do motor, principalmente em subidas, leve seu veículo a um bom mecânico para descobrir a causa do problema.

Pragas no milho


Os danos causados pelas pragas na fase vegetativa e reprodutiva do milho variam de acordo com o estádio fenológico da planta, condições edafoclimáticas, sistemas de cultivo e fatores bióticos localizados. Nessas fases, a cultura é atacada por várias espécies-praga conforme é mostrado a seguir.

Na Fase Vegetativa: Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
Importância econômica - esse inseto é considerado a principal praga da cultura do milho no Brasil. O ataque na planta ocorre desde a sua emergência até o pendoamento e espigamento. As perdas devido ao ataque da lagarta pode reduzir a produção em até 34%.

Sintomas de danos - no início do ataque, as lagartas raspam as folhas deixando áreas transparentes. Com o seu desenvolvimento, a lagarta localiza-se no cartucho da planta destruindo-o (Fig. 18 e 19). O estádio da planta de milho mais sensível ao ataque é o de 8-10 folhas. A época ideal de realizar medidas para o controle é quando 17% das plantas estiverem com o sintoma de folhas raspadas.


Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)



Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)
Métodos de controle - o predador Doru luteipes e os parasitóides Trichogramma spp., Telenomus sp., Chelonus insularis e Campoletis flavicincta, são importante agentes de controle biológico dessa praga. Várias doenças também atacam a lagarta, como os fungos Nomuraea rileyii, Botrytis rileyi, Beauveria globulifera; virus, Baculovirus; bactérias, Bacillus thuringiensis e outros agentes de menor importância como nematóides e protozoários. Existem um grande número de inseticidas (Tabela 1) registrados para o controle da lagarta que podem serem aplicados via pulverização, e em alguns casos, através de água de irrigação (insetigação). Esses inseticidas diferem em seletividade, ou seja, causam impacto diferenciado sobre os inimigos naturais.O controle da lagarta-do-cartucho também pode ser feito com inseticida natural:
O extrato aquoso de folhas de nim apresenta atividade inseticida e pode ser empregado para o controle da lagarta-do-cartucho na lavoura de milho, principalmente em pequenas propriedades rurais ou em áreas de agricultura orgânica.
Para que se tenha sucesso no uso do inseticida natural, é necessário seguir os procedimentos descritos na Circular Técnica 0088 - 2006. Essa publicação mostra como coletar as folhas para o preparo do extrato aquoso, a utilização de adjuvantes e a hora de aplicação, o equipamento adequado para a pulverização, a época de aplicar e o número de pulverizações necessárias visando melhor eficiência de controle da praga.
Curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes)

Importância econômica - essa praga é de importância secundária para a cultura do milho. Porém, em determinados locais pode ocorrer alta infestação da praga, demandando controle imediato para evitar elevada perda no rendimento de grãos.

Sintomas de danos - A lagarta alimenta das folhas do milho deixando somente a nervura central (Fig. 20). A infestação geralmente desenvolve em gramíneas ao redor da lavoura e quando ocorre competição por alimento, as lagartas emigram para o milho. Para evitar danos, é necessário realizar vistorias frequentes na fase vegetativa da lavoura, principalmente em áreas vizinhas às pastagens.





Métodos de controle - O método químico é o mais utilizado e eficiente para o controle dessa lagarta. Porém, nem sempre é necessário aplicar o inseticida em toda área da lavoura, uma vez que a infestação inicia pelas bordas da cultura e a pulverização localizada sobre a área infestada é bastante eficiente. Apesar do tamanho, a lagarta é muito sensível a ação da maioria dos inseticidas recomendados para o controle da lagarta-do-cartucho . A aplicação do inseticida pode ser realizada tanto por pulverização convencional ou via água de irrigação por aspersão.

Principais doenças no milho


Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis e C. sorghi f. sp.. maydis)

Importância e Distribuição: A doença foi observada inicialmente no Sudoeste do estado de Goiás em Rio Verde, Montividiu, Jataí e Santa Helena, no ano de 2000. Atualmente a doença está presente em praticamente todas as áreas de plantio de milho no Centro Sul do Brasil. A doença ocorre com alta severidade em cultivares suscetíveis, podendo as perdas serem superiores a 80%.

Sintomas: Os sintomas caracterizam-se por manchas de coloração cinza, retangulares a irregulares com as lesões desenvolvendo-se paralelas às nervuras. Pode ocorrer acamamento em ataques mais severos da doença



Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis e C. sorghi f. sp.. maydis)

Epidemiologia: A disseminação ocorre através de esporos e restos de cultura levados pelo vento e respingos de chuva. Os restos de cultura são, portanto, fonte local e fonte para outra áreas.
Manejo da Doença: Plantio de cultivares resistentes. Evitar a permanência de restos da cultura de milho em áreas em que a doença ocorreu com alta severidade, para reduzir o potencial de inóculo. Realizar rotação com culturas como soja, sorgo, girassol, algodão e outras, uma vez que o milho é o único hospedeiro da Cercospora zeae-maydis. Para evitar o aumento do potencial de inóculo da Cercospora zeae-maydis deve - se evitar o plantio de milho após milho. Plantar cultivares diferentes em uma mesma área e em cada época de plantio. Realizar adubações de acordo com as recomendações técnica para evitar desequilíbrios nutricionais nas plantas de milho, favoráveis ao desenvolvimento desse patógeno, principalmente a relação nitrogênio/potássio. Para que essas medidas sejam eficientes recomenda-se a sua aplicação regional (em macro - regiões) para evitar que a doença volte a se manifestar a partir de inóculo trazido pelo vento de lavouras vizinhas infectadas.

Mancha de phaeosphaeria (Phaeosphaeria maydis)

Importância e Distribuição: A doença apresenta ampla distribuição no Brasil. As perdas na produção podem ser superiores a 60% em determinadas situações.

Sintomas: As lesões iniciais apresentam um aspecto de encharcamento (anasarca), tornando-se necróticas com coloração palha de formato circular a oval com 0,3 a 2cm de diâmetro. Há coalescência de lesões em ataques mais severos

Foto: Carlos Roberto Casela

Mancha branca (Pantoae ananas)
Epidemiologia: Alta precipitação, alta umidade relativa (>60%) e baixas temperaturas noturnas em torno de 14ºC são favoráveis à doença. Plantios tardios favorecem a doença. Há o envolvimento da bactéria Pantoeae ananas nas fases inciais da doença.

Manejo da Doença: Plantio de cultivares resistentes. Plantios realizados mais cedo reduzem a severidade da doença. O uso da prática da rotação de culturas contribui para a redução do potencial de inóculo.


Epidemiologia: Alta precipitação, alta umidade relativa (>60%) e baixas temperaturas noturnas em torno de 14ºC são favoráveis à doença. Plantios tardios favorecem a doença. Há o envolvimento da bactéria Pantoeae ananas nas fases inciais da doença.

Manejo da Doença: Plantio de cultivares resistentes. Plantios realizados mais cedo reduzem a severidade da doença. O uso da prática da rotação de culturas contribui para a redução do potencial de inóculo.

Ferrugem Polissora (Puccinia polysora Underw.)

Importância e Distribuição Geográfica: No Brasil, foram já determinados danos de 44,6%, à produção de milho pelas ferrugens branca e polissora, sendo a maior parte atribuída a P. polysora e parte a Physopella zeae. A doença está distribuída por toda a região Centro-Oeste, Noroeste de Minas Gerais, São Paulo e parte do Paraná.

Sintomas: Pústulas circulares a ovais, marron claras, distribuídas na face superior das folhas e, com muito menor abundância na face inferior da folha (Fig. 3).



Ferrugem Polissora (Puccinia polysora Underw.)
Epidemiologia: A ocorrência da doença é dependente da altitude, ocorrendo com maior intensidade em altitudes abaixo de 700m. Altitudes acima de 1200m são desfavoráveis ao desenvolvimento da doença.

Manejo da Doença: Plantio de cultivares com resistência genética.

Ferrugem Comum (Puccinia sorghi)

Importância e Distribuição: No Brasil a doença tem ampla distribuição com severidade moderada, tendo maior severidade nos estados da região Sul.

Sintomas: As pústulas são formadas na parte área da planta e são mais abundantes nas folhas. Em contraste com a ferrugem polissora, as pústulas são formadas em ambas as superfícies da folha, apresentam formato circular a alongado e se rompem rapidamente (


Ferrugem Comum (Puccinia sorghi)

Epidemiologia: Temperaturas baixas (16 a 230ºC) e alta umidade relativa (100%) favorecem o desenvolvimento da doença.
Manejo da Doença: Plantio de cultivares com resistência genética.

Epidemiologia: Temperaturas baixas (16 a 230ºC) e alta umidade relativa (100%) favorecem o desenvolvimento da doença.

Manejo da Doença: Plantio de cultivares com resistência genética.

Ferrugem Tropical ou Ferrugem Branca (Physopella zeae)

Importância e Distribuição:No Brasil, encontra-se distribuída no Centro - Oeste, e Sudeste (Norte de São Paulo) . O problema é maior em plantios contínuos de milho, principalmente áreas de pivot.

Sintomas: Pústulas brancas ou amareladas, em pequenos grupos, de 0,3 a 1,0mm de comprimento na superfície superior da folha, paralelamente às nervuras (Fig. 5).



Ferrugem Tropical ou Ferrugem Branca (Physopella zeae)
Epidemiologia: Os uredosporos são o inóculo primário e secundário, sendo transportados pelo vento ou em material infectado. Não são conhecidos hospedeiros intermediários de P. zeae. A doença é favorecida por condições de alta temperatura (22-340ºC), alta umidade relativa e baixas altitudes. Por ser um patógeno de menor exigência em termos de umidade o problema tende a ser a maior na safrinha.

Manejo da Doença: Plantio de cultivares resistentes. Os plantios contínuos tendem a agravar o problema causados pelas ferrugens em geral. Recomenda-se a alternância de genótipos e a interrupção no plantio durante um certo período para que ocorra a morte dos uredosporos.

Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)

Importância e Distribuição: No Brasil o problema tem sido maior em plantios de safrinha. As perdas podem atingir a 50% em ataques antes do período de floração.
Sintomas: Os sintomas característicos são lesões alongadas, elípticas de coloração cinza ou marrom e comprimento variável entre 2,5 a 15cm. A doença ocorre inicialmente nas folhas inferiores



Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)
Epidemiologia: O patógeno sobrevive em folhas e colmos infectados. A disseminação ocorre pelo transporte de conídios pelo vento a longas distâncias. Temperaturas moderadas (18-270ºC) são favoráveis à doença bem como a presença de orvalho. O patógeno tem como hospedeiros o sorgo, o capim sudão, o sorgo de halepo e o teosinto.

Manejo da Doença: O controle da doença é feito através do plantio de cultivares com resistência genética. A rotação de culturas é também uma prática recomendada para o manejo desta doença.

Helmintosporiose (Bipolaris maydis )

Importância e Distribuição: Esta doença encontra-se bem distribuída no Brasil, porém com severidade baixa a média.

Sintomas: A Raça 0 produz lesões alongadas, delimitadas pelas nervuras com margens castanhas com forma e tamanho variáveis. O patógeno ataca apenas as folhas. A Raça T produz lesões de coloração marron de formato elíptico, margens amareladas ou cloróticas



Helmintosporiose (Bipolaris maydis)
Epidemiologia: A sobrevivência ocorre em restos culturais infectados e grãos. Os conídios: são transportados pelo vento e por respingos de chuva. A temperatura ótima para o desenvolvimento da doença é de 22 a 30ºC. A doença é favorecida por alta umidade relativa. A ocorrência de longos períodos de seca e dias de muito sol entre dias chuvosos são desfavoráveis à doença.

Manejo da Doença: Plantio de cultivares resistentes e rotação de culturas.

Mancha Foliar de Diplodia (Diplodia macrospora)

Importância e Distribuição: Esta doença está presente nos Estados de: Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Bahia e Mato Grosso e na região Sul do país. Apesar de amplamente distribuída, a doença tem ocorrido com baixa severidade até o momento.

Sintomas: As lesões são alongadas, grandes, semelhantes as de H. turcicum. Diferem desta por apresentar, em algum local da lesão, pequeno círculo visível contra a luz (ponto de infecção). Podem alcançar até 10 cm de comprimento



Mancha Foliar de Diplodia (Diplodia macrospora)
Epidemiologia: A disseminação ocorre através dos esporos e os restos de cultura levados pelo vento e por respingos de chuva. Os esporos e os restos de cultura levados pelo vento. Os restos de cultura são fonte local e fonte de disseminação da doença para outra áreas.

Manejo da doença: plantio de cultivares resistentes e rotação de culturas.

Antracnose do Milho (Colletotrichum graminicola)

Importância e Distribuição: O aumento desta doença está associado ao cultivo mínimo e ao plantio direto e também pela não utilização da rotação de cultura. A doença está presente nos estados de GO, MG, MT, MS, SP, PR e SC.

Sintomas: Na fase foliar, a doença caracteriza-se pela presença de lesões de formas variadas, sendo às vezes difícil o seu diagnóstico. Nas nervuras, é comum a presença de lesões elípticas com frutificações (acérvulos do patógeno)



Antracnose do Milho (Colletotrichum graminicola)
Epidemiologia: A taxa de aumento da doença é uma função da quantidade inicial de inóculo presente nos restos de cultura, o que indica a importância do plantio direto e plantio em sucessão para o aumento do potencial de inóculo. Um outro fator a influir na quantidade de doença é a taxa de reprodução do patógeno, que vai depender das condições ambientais a da própria raça do patógeno presente.

Manejo da doença: Plantio de cultivares resistentes. A rotação de cultura é essencial para a redução do potencial de inóculo presente nos restos de cultura.

tratos culturais da batata


Cultura da Batata
A batata é uma cultura anual, de clima temperado, evitando regiões ou épocas com altas temperaturas noturnas. O produto consumido são os tubérculos grande concentração de reserva. O espaçamento mais recomendado é o de 20 cm para tubérculos menores de 28 mm e 40 cm para os maiores de 50 mm, entre linha é de 75 a 80 cm.
A semeadura é feita diretamente no local definitivo, após 20-35 dias faz a amontoa. Ciclo superior a 120 dias. Utiliza-se de 40 a 60 caixas de 30 kg de batata-semente

Calagem e Adubação
A calagem deve ser realizada 30 dias antes do plantio, se necessário. No plantio deve-se colocar 60 kg/ha de nitrogênio, 200 kg/ha de fósforo, 150 kg/ha de potássio. Deve-se fazer adubação de cobertura alguns dias após a germinação, aplicando 80 kg/ha de nitrogênio e 2 kg/ ha de Boro. A aplicação deve ser parcelada.


Pragas que atacam a batata
As principais pragas que atacam a batata são: moscas-minadora, lagarta, cochonilha e vaquinha. Utilizar os seguintes produtos para controle: cartap, carbofuran, etc.

Doenças que atacam a batata
As principais doenças que atacam a batata são: Erwinia, virose, murcha e olho preto. Os produtos usados para controle: captan, mancozeb, ziram, etc.

Colheita
A colheita incia-se 3 a 4 meses após o plantio, ou 10 a 15 dias após a seca das ramas. A batata produz em média 22 a 35 toneladas por hectare.

Dicas
• O consumidor tem preferência a tubérculos de película lisa, e polpa amarelada.
• Faça a rotação com gramíneas, adubos verdes, pastos ou capineiras.
• Época de plantio: seca (Janeiro/Março), Inverno (Abril/Julho), das águas (Agosto/Dezembro).
• Cuidado na aplicação de água: água em excesso pode matar a planta, mas na falta à planta não se desenvolve bem.
• Amontoa: trato cultural. Faz-se aterramento das fileiras, coloca-se terra em fileira numa altura de 25-30 cm.
• Tratos culturais com capinas e herbicidas.

• Os pontos básicos para o sucesso da cultura são: a escolha e preparo do solo; utilizar de batata-semente sadia e no estádio fisiológico ideal; adubação equilibrada; controle de pragas e doenças e perfeito fornecimento de água.

principais doenças em ovinos e caprinos



Cabritos (CA)
Cordeiros (CO)
Eimeriose
Protozoário gênero Eimeria
Diarréia fétida, falta de apetite, pêlos arrepiados e desidratação.
Limpeza e desinfecção das instalações, Evitar superlotação, isolar e tratar os doentes. Manejo intensivo: uso de salinomicina na dose de 1mg/kg misturada ao leite ou ração (2a semana ao 70 mês de vida –preventivo).
Antibióticos à base de sulfa (para tratamento e prevenção)
CA, CO e Animais Adultos (AA)
Verminose Gastrintestinal
Endoparasitas (Vermes) de diversas espécies, destacando-se o gênero Haemonchus
Falta de apetite, emagrecimento, pêlos arrepiados, anemia e diarréia.
Limpeza das instalações, retirada do esterco, manter os animais presos por pelo menos 12 horas, evitar superlotação das pastagens, rodízio de piquetes e vermífugos.
Vermifugação em épocas adequadas (conforme orientação neste documento)
CA, CO e AA
Sarnas
Ácaros dos gêneros Psoroptes, Demodex e Sarcoptes
Crostas e nódulos na pele, coceira intensa e queda pêlo.
Isolar e tratar animais acometidos, banhar animais antes de introduzi-los no rebanho.
Banhos por aspersão ou imersão com sarnicidas, repetindo-se 7 a 10 dias após.
CA, CO e AA
Pediculose (Piolhos)
Ectoparasitas do gênero Mallophaga e Anoplura
Coceira intensa, irritação da pele, diminuição do apetite, pêlos arrepiados.
Observar animais do rebanho, separar e tratar os animais infestados, banhar animais antes de introduzi-los no rebanho.
Observar animais do rebanho, separar e tratar os animais infestados, banhar animais antes de introduzi-los no rebanho.
Fonte: adaptado de Garcia et.al. (1996), Santa Rosa (1996) e Silva et al .(2001)


Esquema de Vermifugação

Os cabritos e cordeiros devem ser vermifugados a partir da 3a semana de pastejo. As fêmeas devem ser vermifugadas antes da estação de monta e 30 dias antes do parto (nunca no início da prenhez).
Os animais mantidos em pastagem de caatinga devem ter a vermifugação realizada de acordo com o esquema estratégico da tabela 2. Para animais mantidos em área de pastagem cultivada irrigada, onde as condições ambientais são favoráveis para a proliferação de verminoses o ano inteiro, deve-se adotar o esquema de coleta de fezes e contagem do número de ovos por grama de fezes (OPG) a cada mês. Quando o OPG for maior que 500 todos os animais devem ser vermifugados.

Tabela 2. Esquema de Vermifugação Estratégica para animais criados em Caatinga.
Doses
Categoria Animal
1a Vermifugação: primeiro mês do período seco
Cabritos e Cordeiros (após 3a semana de pastejo)
Reprodutores
Matrizes
Animais Jovens
2a Vermifugação: 60 dias após a primeira
3a Vermifugação: penúltimo mês do período seco
4a Vermifugação: Início da estação chuvosa
Fonte: adaptado de Silva et al. (2001)

Outro método para orientação da vermifugação é a observação da mucosa ocular. Quando a mucosa estiver pálida deve-se proceder a vermifugação. Este método é conhecido como Famasha. Neste método somente os animais com alto grau de infestação por verminoses são vermifugados.


Doenças Bacterianas

Na tabela 3 estão listadas as principais doenças bacterianas que podem acometer caprinos e ovinos, bem como suas causas, como tratar e principalmente como evita-las.

Tabela 3. Principais doenças bacterianas que afetam caprinos e ovinos de corte.

Categoria Animal
Doença
Causa
Sintomas
Tratamento
Como evitar
Cabritos (CA), cordeiros (CO) e animais adultos (AA)
Pododermatite
Bactérias, destacando-se o gênero Fusobacterium
Manqueira, dificuldade de locomoção, vermelhidão e inchaço, presença de pus e odor fétido (mau cheiro).
Colocar o animal em local seco e limpo, limpeza do casco com retirada dos tecidos mortos, realizar curativos diários com uso de pomadas antibiótica ou solução de sulfato de zinco ou cobre a 10%.
Evitar permanência dos animais em pastos encharcados, casqueamento duas vezes ao ano (início e final do período seco) ou em animais estabulados quando necessário descarte de animais com doença crônica, uso de pedilúvios com cal virgem ou sulfato de zinco ou cobre a 10%.
Maior freqüência em CA e CO
Broncopneumonia
Diversos agentes dos gêneros bacterianos e virais
Falta de apetite, pêlos arrepiados, febre, dificuldade respiratória, tosse e corrimento nasal.
Tratamento a base de antibióticos e antiinflamatórios, mucolíticos e em caso de febre, antitérmicos.
Evitar o stress do animal.
Limpeza e desinfecção das instalações, evitar superlotação, proteger os animais de corrente de vento direta, isolar e tratar os doentes, tratamento do umbigo e administração do colostro.
CA, CO e AA
Linfadenite caseosa
Bactéria do gênero Corynebacterium
Abscessos na pele ou em órgãos (visceral)
Corte e drenagem do abscesso com aplicação de iodo a 10% no local
Limpeza e desinfecção das instalações, isolamento de animais com abscessos, evitar o rompimento espontâneo dos abscessos, descarte de animais com vários abscessos, inspecionar periodicamente o rebanho, tratar umbigo dos animais.
CA, CO e AA
Ceratoconjuntivite
Bactérias de vários gêneros
Lacrimejamento, olhos congestos, falta de apetite, febre, mancha esbranquiçada nos olhos que pode evoluir para cegueira
Limpeza dos olhos com soro fisiológico, aplicação de antibióticos apropriados para utilização ocular.
Limpeza e desinfecção das instalações, controle da população de moscas, evitar a introdução de animais com problemas oculares no rebanho, tratamento e isolamento dos animais doentes.
AA
Brucelose
Bactéria do gênero Brucella
Aborto em fêmeas, orquite nos machos
Não é recomendado.
Realizar exame sorológico, abater animais positivos, exigir quando na compra de animais atestado de negatividade, queimar e enterrar restos de aborto e parto.
CA, CO e AA
Clostridioses
Bactérias do gênero Clostridium
Diversos: diarréias, sintomas nervosos, edemas (inchaços).
Antibioticoterapia (Penicilina), alguns casos não resposta.
Medidas higiênicas isoladas são insuficientes, realizar vacinação.
Fonte: adaptado de Garcia et al (1996) e Santa Rosa (1996)


Doenças Virais

Na tabela 4 estão listadas as principais doenças virais que podem acometer caprinos e ovinos, bem como suas causas, como tratar e principalmente como evita-las.

Tabela 4. Principais doenças virais que afetam caprinos e ovinos de corte.

Categoria Animal
Doença
Causa
Sintomas
Tratamento
Como evitar
Principalmente CA e CO
Ectima Contagioso
Vírus
Presença de bolhas e crostas nos lábios, gengivas e narinas.
Tratar as lesões com solução de permanganato de potássio a 3% ou iodo a 10% acrescido de glicerina na proporção de 1:1.
Fornecimento de colostro, limpeza e desinfecção das instalações, não incorporar animais doentes ao rebanho e em casos de surtos proceder a vacinação. Manipular com cuidado, pois, trata-se de zoonose.
Maior ocorrência em AA.
Raiva
Vírus
Salivação intensa, diminuição do apetite, ranger de dentes, paralisia de membros.
Não há tratamento
Vacinação em áreas de risco.
Fonte: adaptado de Garcia et al (1996), Santa Rosa (1996) e Silva et al (2001)

Outras Doenças

Existem outras doenças que não são causadas nem por vírus, nem bactérias e nem parasitas. Nesta categoria estão as doenças metabólicas e intoxicações por plantas tóxicas e animais. Na tabela 5 estão listadas algumas destas doenças que ocorrem com mais freqüência, suas causas, como tratar e principalmente como evita-las.
Tabela 5. Outras doenças que acometem caprinos e ovinos de corte.

Categoria Animal
Doença
Causa
Sintomas
Tratamento
Como evitar
AA (animais adultos)
Urolitíase
Cálculos no trato urinário
Dificuldade de urinar, dor com curvatura da coluna, dificuldade de locomoção, perda de apetite
Desobstrução por sonda uretral, medicamentos (antibióticos, antiinflamatórios e diuréticos), tratamento cirúrgico
Cuidados na concentração mineral da ração, recomenda-se a ingestão de cloreto de sódio de 3 a 5% e adição de cloreto de amônio (40 mg/Kg/dia), fornecimento de água a vontade.
AA
Intoxicação por plantas
Plantas tóxicas ou venenosas ingeridas.
Parada do rúmen, falta de apetite, respiração acelerada, tremores musculares, animal permanece caído, salivação intensa, morte.
Não há tratamento específico. Tratamento dos sintomas com antitóxicos, hidratação do animal, evitar condições de stress. Em caso de intoxicação por mandioca e maniçoba aplicação de produtos a base de nitrito de sódio e hipossulfito de sódio.
Identificar as plantas na área de pastejo, erradicar ou cercar áreas onde estas estejam presentes, suplementação do rebanho na época seca, fornecimento de sal mineral à vontade durante todo ano.
Fonte: adaptado de Garcia et al (1996), Santa Rosa (1996) e Silva et al (2001)

Esquema de Vacinação

Não há vacinas obrigatórias para caprinos e ovinos, a vacina para febre aftosa não é mais obrigatória segundo o MAPA. Na tabela 6 estão listadas as vacinas que são importantes para prevenção de algumas doenças em caprinos e ovinos.

Tabela 6. Esquema de vacinação para caprinos e ovinos.
Doença
Esquema de Vacinação
Categoria Animal
Raiva
Anual / a partir de 4 meses de idade (só em regiões em que haja casos confirmados)
Animais Jovens, Reprodutores, Matrizes.
Clostridioses
(apenas em regiões onde ocorra a doença)
Animais não vacinados: aplicar duas doses de vacina com um intervalo de quatro a seis semanas entre as vacinações. Em filhos de mães não vacinadas, a primeira dose deve ser efetuada a partir da 3a semana de idade e a partir da 9a semana de idade em filhos de mães que foram vacinadas.
Animais já vacinados: revaciná-los a cada ano. Em fêmeas gestantes, fazer a revacinação anual de 4 a 6 semanas antes do parto.
Animais Jovens, Reprodutores, Matrizes.
Linfadenite Caseosa
A partir de três meses com reforço aos 30 dias e repetir anualmente.
Animais Jovens
Ectima contagioso
Autovacina, única dose repetindo-se nas matrizes na próxima parição.
Cordeiros e cabritos, Matrizes (terço final de gestação).
Fonte: adaptado de Silva et al. (2001)

Nutrientes


Nitrogênio - Os sintomas de deficiência surgem primeiro nas partes mais velhas da planta. A falta deste elemento se manifesta por um débil desenvolvimento das plantas, folhas pequenas de coloração amarelada, baixo desenvolvimento vegetativo e radicular, encurtamento dos entrenós, brotações contorcidas e avermelhadas, baixo percentual de pegamento dos frutos, cachos pequenos e desuniformes, resultando numa baixa produção. O crescimento, produção, tamanho de bagas e de cachos diminuem, antes mesmo que apareçam os sintomas visuais de deficiências. O excesso de nitrogênio pode resultar em aumento de vigor das plantas, atraso na maturação dos cachos, dessecamento da ráquis e dos sarmentos e predisposição à doenças.

Fósforo - Os sintomas de deficiência ocorrem, inicialmente, nas folhas mais velhas e se caracterizam por uma clorose e uma coloração roxo-violeta, evoluindo para necrose e secamento. A deficiência desse elemento causa redução no desenvolvimento do sistema radicular e retardamento no crescimento.

Potássio - A carência de potássio retarda a maturação e promove a produção de cachos pequenos, frutos duros, verdes e ácidos. Os sintomas de deficiência de potássio manifestam-se, em primeiro lugar, nas folhas mais velhas como um amarelecimento internerval em cultivares de uvas brancas, seguida de necrose da zona periférica do limbo que vai progredindo para o interior do tecido internerval. Em cultivares de uvas roxas, as folhas apresentam, inicialmente, uma coloração arroxeada entre as nervuras, seguindo-se de necrose progressiva dos tecidos do limbo.

Cálcio - A deficiência de cálcio causa a paralisação do crescimento dos ramos e raízes, retardando o desenvolvimento da planta. Afeta, particularmente, os pontos de crescimento da raiz. Nas folhas jovens, a deficiência se manifesta por uma clorose internerval e marginal, seguida de necrose das margens do limbo, podendo ocasionar, ainda, a morte dos ápices vegetativos.

Magnésio - Plantas deficientes em magnésio apresentam clorose internerval nas folhas velhas, sendo que as nervuras permanecem verdes. Em cultivares de uvas brancas, as manchas cloróticas evoluem até a necrose dos tecidos do limbo. Em cultivares de uvas tintas as manchas tomam coloração arroxeada, evoluindo, também, até a necrose do tecido. Sua deficiência poderá provocar redução no desenvolvimento e na produção.

Boro - Os sintomas de deficiência de boro manifestam-se, primeiramente, nas folhas novas, evoluindo para os frutos. A carência desse elemento provoca diminuição dos internódios, morte do ápice vegetativo e envassouramento. Nos cachos florais, ocorre aborto excessivo de flores, raleando os cachos. A caliptra não se solta com facilidade por ocasião da florada, permanecendo sobre a baga em desenvolvimento. Pode ocorrer dessecamento parcial ou total dos cachos, necrose nas bagas, interna e externamente.

Cobre - A carência de cobre não é comum na videira. Em algumas situações pode-se observar danos causados pelo excesso de cobre, tais como: clorose das folhas e dos ramos novos, desenvolvimento reduzido da parte aérea e do sistema radicular, baixa germinação do pólen, resultando em baixa fertilização das flores, com uma queda acentuada de bagas. A toxicidade de cobre ocorre em consequência da aplicação de fungicidas cúpricos.

Zinco - Os sintomas de deficiência de zinco surgem nas folhas novas. Geralmente os internódios ficam curtos, com folhas pequenas e cloróticas, com uma faixa verde ao longo das nervuras principal e secundária. Videiras deficientes em zinco tendem a produzir cachos menores que o normal. As bagas apresentam tamanho variável, de normal a muito pequenas e, geralmente, permanecem duras e verdes e não amadurecem.

Podas no cafeeiro

As podas e desbrotas são operações importantes na lavoura de café. Cafezais que não sofrem podas periódicas terão a sua capacidade produtiva afetada mais cedo ou mais tarde. A produtividade de cafezais em livre crescimento tende a cair acentuadamente, à medida qua a lavoura envelhece. O cafeeiro em bom estado de nutrição e de sanidade possui uma conformação típica em forma cilíndrica, indicadora de equilíbrio entre o estado vegetativo e a frutificação.

O estado de nutrição é freqüentemente afetado por fatores diversos, cujos efeitos sobre o estado vegetativo determinam alterações na forma típica do cafeeiro. Entre esses fatores, os principais são;

Envelhecimento da lavoura
Adubação desequilibrada
Produções muito elevadas
Espaçamento reduzido
Ataque de pragas e doenças
As principais alterações vegetativas provocadas pela ação isolada ou conjunta desses fatores e que indicam necessidade de poda do cafeeiro são:

Baixo crescimento de ramos produtivos
Morte de ramos inferiores
Morte de ramos superiores
Cinturamento ou morte de ramos medianos
Ramos produtivos longos com rosetas ralas
Crescimento exagerado, provocando:
Altura excessiva dos cafeeiros
Fechamento da lavoura
A manutenção da forma típica do cafeeiro, através de podas, é necessária para que se consiga:

Favorecer o desenvolvimento de ramos responsáveis pelo aumento de produção
Aumentar a luminosidade e o arejamento da copa
Facilitar a colheita
Facilitar os tratamentos fitossanitários e aumentar sua eficiência
Reduzir o consumo de água do solo nos períodos críticos de falta de umidade
Proporcionar maior regularidade de exploração da capacidade produtiva do cafeeiro
As podas são, pois, interferências que o produtor realiza para manter ou restabelecer a conformação típica do cafeeiro, delas resultando maiores colheitas, estabilidade da produção, menores custos e, portanto, maior lucro.



2 - TIPOS DE PODA

Para cada tipo de alteração ocorrida na conformação do cafeeiro, existe um tipo de poda recomendado. Os principais tipos de poda, aplicáveis a cada caso são:



3 - RECEPA

Também conhecida como poda de renovação, a recepa é um tipo de poda drástica, aplicável a lavouras que sofreram danos vegetativos severos. A recepa implica na eliminação da copa no ponto acima do qual os danos se verificaram, e é executada através de corte realizado no tronco. É a intensidade do dano causado e sua localização que determina a altura necessária do corte. Conforme a altura necessária do corte a recepa se denomina alta ou baixa.

Recepa baixa: É o corte do tronco a uma altura de 30 a 40 centímetros, indicada como necessária em decorrência de dano total sobre a vegetação, inclusive perda da saia. Recomendada também quando a lavoura sofreu processo de fechamento e conseqüente perda da saia.

Recepa alta: É o corte do tronco a uma altura de 50 centímetros a 1 metro, altura essa indicada pela presença de ramos produtivos na saia que o cafeeiro ainda tenha conservado, e que deverão permanecer depois do corte do tronco. Os ramos produtivos da saia mantidos intactos depois do corte são chamados de "pulmão". Por isso a recepa alta é também conhecida como "recepa com pulmão".

Por proporcionar uma recuperação mais rápida, mais intensa e mais vigorosa do crescimento vegetativo, a recepa com pulmão tem resultado em produções maiores quando comparada com a recepa sem pulmão.



4 - ÉPOCA DA RECEPA

A recepa é sempre realizada depois da colheita. Se a colheita dor pequena e as plantas não apresentarem sinais de esgotamento, pode ser realizada nos meses de agosto e setembro. Mas, como se prefere fazer a recepa num ano de alta produção, neste caso, deve ser realizada nos meses de novembro ou dezembro. Esses procedimentos são necessários as plantas se recuperarem do esgotamento provocado por colheita elevada. Essa recuperação ou revigoramento pode ser auxiliado pela aplicação de adubações, inclusive foliares.



5 - CUIDADOS ÁPOS A RECEPA

Depois da recepa, deverão ser efetuadas desbrotas quando os brotos atingirem 20 a 30 centímetros de altura, deixando-se dois por tronco, e sempre que possível, os que estiverem no sentido do alinhamento das ruas.

É recomendável a realização de pulverizações foliares depois da recepa para melhorar o crescimento vegetativo, o que deve ser feito logo após o início da rebrota.



6 - DECOTE OU PODA ALTA

É o tipo de poda que consiste no corte do tronco para evitar o crescimento excessivo da planta. Esse corte é normalmente executado entre 1,70 a 2,00 metros, sendo neste caso chamado de decote alto. Quando o corte do tronco é feito entre 80 centímetros e 1 metro, tem-se o decote baixo; e quando feito entre 1,20 e 1,50 metros tem-se o decote médio.

A altura do corte é definida de acordo com as alterações da copa, sendo indicada para lavouras que se encontram em vias de fechamento, sem perda da saia ou que apresentam cinturamento (pescoço pelado), ou ainda quando apresentam altura excessiva. A época para realização do decote é a mesma da recepa.

Depois do decote a lavoura poderá ser conduzida de várias maneiras, a saber:

Com desbrota, conduzindo-se um ou dois brotos
Livre crescimento, ou seja, sem desbrota
Sem brotação ou desbrota total.
Da mesma forma que a recepa, o decote pode ser feito em toda a lavoura, na totalidade de alguns talhões ou em linhas alternadas. Quando feito em linhas alternadas, as plantas não decotadas ser podadas no ano seguinte, decotando-se novamente as primeiras depois de dois ou três anos.

O decote é a primeira operação que o cafeicultor deve realizar para recuperar ou renovar os ramos produtivos de sua lavoura.



7 - ESQUELETAMENTO

Indicado para lavoura em vias de fechamento. É a poda em que a planta sofre um decote na altura de 1,80 metros aproximadamente, seguido de corte dos ramos laterais a uma distância de 20 a 30 centímetros do tronco. Pode ser feito também com ou sem pulmão.



8 - DESPONTE OU DESBASTE DE RAMOS PRODUTIVOS

É a poda que deve ser usada para renovação e ravigoramento de ramos produtivos, quando estes atingem comprimento excessivo, superior a 1,20 metros ou quando começarem a mostrar sinais de esgotamento que se reconhece pela falta de vigor, crescimento insatisfatório e principalmente rosetas ralas.

O desponte é, portanto, o corte que se faz nos ramos produtivos para redução de seu comprimento excessivo, devendo ser maior, conforme a localização do dano, levando-se em consideração o estado médio da lavoura ou talhão.

É uma poda simples e de bons resultados que pode ser feita isoladamente ou em associação com outro tipo de poda.



9 - PODAS EM PLANTIOS ADENSADOS

Em lavouras adensadas recomenda-se a adoção de um esquema de "podas sistemáticas" para impedir o fechamento e a queda da produção e ao mesmo tempo, facilitar os tratos culturais.

O ciclo de podas em cafezais adensados vai depender da cultivar, do espaçamento e de outros fatores que determinam o fechamento, como por exemplo, a intensidade das adubações.

Como regra geral, as podas em cafezais adensados iniciam-se quando a capacidade produtiva dos cafeeiros ainda não foi afetada. A partir daí, é necessária a realização de podas sistemáticas.



10 - RECEPA EM ADENSADOS

É uma prática utilizada com bons resultados. Após quatro ou cinco colheitas, a lavoura encontra-se totalmente fechada, impedindo a penetração de luz em seu terço inferior, reduzindo sensivelmente a produtividade. A recepa proporciona uma "nova lavoura" após dois anos. A diferença da recepa de uma lavoura convencional para uma lavoura adensada é que, em espaçamentos mais largos ela só deve ser usada em último caso, para plantas velhas e decadentees (em média com mais de 15 anos).



11 - RECEPA COM PULMÃO

É uma recepa menos drástica e que apresenta recuperação mais rápida. Para a execução desta poda, deve-se cuidar para que seja realizada no momento adequado, antes que a lavoura perca a "saia".



12 - DECOTE BAIXO

Em lavouras com altas populações, é uma poda provisória, havendo a necessidade de nova poda após duas colheitas, pois a lavoura a se fechar novamente. No espaçamento convencional, este tipo de poda tem um resultado melhor, prolongando a produtividade por mais colheitas.



13 - DESPONTE COM DECOTE

É o rebaixamento da lavoura, simultaneamente ao corte de ramos plagiotrópicos (produtivos) já esgotados, forçando a sua ramificação e desenvolvendo maiores áreas produtivas na planta, no intervalo de um ano agrícola, no qual a produção deverá ser nula. Em lavouras convencionais o resultado é bom e duradouro, mas em lavouras adensadas também é uma poda provisória, voltando a lavoura a se fechar em dois a três anos.



14 - ESQUELETAMENTO COM DECOTE

Diferencia-se do desponte por ser mais drástico (o corte dos plagiotrópicos será a cerca de 20 centímetros). Em lavouras adensadas, é mais duradouro que a poda anterior.



15 - ELIMINAÇÃO DE RUAS ALTERNADAS

Lavouras adensadas que serão conduzidas desta forma, devem ser planejadas para que no plantio o espaçamento entre ruas seja a metade do espaçamento definitivo, ou seja, com o dobro de plantas por área, sendo ideal que no final fique em torno de 3,2 a 4,0 metros. As ruas alternadas serão eliminadas após três ou quatro colheitas, quando a lavoura começa a apresentar problemas de sombreamento, contudo, evitando que perca a "saia".



16 - RECOMENDAÇÕES GERAIS SOBRE AS PODAS

No caso de grandes áreas, a altura de corte do tronco, no caso de recepa, decote ou esqueletamento, deverá ser a mesma para todas as plantas de uma lavoura ou de um talhão. A escolha dessa altura deverá recair sobre o mínimo exigido de modo atender as necessidades das plantas mais afetadas pelos danos constatados. Assim, se depois de uma avaliação, for constatado que existem plantas em número razoável, cuja exigência de corte do tronco deve ser feito a 1,50 metros, todas as plantas deverão ter seus troncos cortados a essa altura, inclusive aquelas cujo corte poderia ser feito numa altura maior. Logicamente, esse procedimento tem que ser adotado para manter a uniformidade de altura das plantas na lavoura.

O cafezal deve ser conduzido através de desbrotas para eliminação de ramos ladrões, realizadas sistematicamente pelo menos uma vez por ano. Quando for submetido à qualquer tipo de poda, esta prática é obrigatória. Depois de qualquer tipo de poda, o produtor deverá fazer as desbrotas necessárias para eliminação de brotações prejudiciais, ou seja, eliminação de brotos ladrões.

Não se recomenda poda drástica de plantas logo depois de terem sofrido injúrias severas, tais como geada, chuva de pedra, produções excessivas, secas prolongadas ou ataque intenso de pragas ou doenças.

O cafeeiro é uma planta que só produz em ramos novos, ou seja, em novos crescimentos. Por isso, a poda deve ser uma operação rotineira para se conseguir maior produção e revigoramento da lavoura.

Alguns autores recomendam que a melhor solução é a combinação de dois sistemas de poda, recepa entre 8 e 10 anos ( 4 ou 5 linhas recepadas de 2 em 2 anos ) e decote a medida em que as plantas ultrapassassem 2 m (GAMA-1967, MANUAL DO CAFEICULTOR ).



17 - RENDIMENTO DO TRABALHO NAS OPERAÇÕES DE PODAS

O trabalho necessário para a execução de podas no cafeeiro varia de acordo com as condições da lavoura, do tipo de poda e do processo ser mecânico ou manual. Os rendimentos médios do trabalho diário de um homem que utiliza instrumentos manuais são os seguintes:

Recepa baixa
50 a 80 cafeeiros
Recepa alta
80 a 100 cafeeiros
Decote manual
100 a 150 cafeeiros
Decote mecânico
6.000 a 8.000 cafeeiros
Esqueletamentos
60 a 80 cafeeiros


18 - DESBROTA

Em café novo
300 a 500 cafeeiros
Em café adulto
120 a 2 00 cafeeiros


Obs.

Uma recepa baixa realizada em 100 covas de cafeeiros adultos fornece 30 a 40 metros cúbicos de lenha.

Amostragem de solo

- Escolhe-se de 10 a 20 locais, fazendo o caminhamento em zigue-zague, dentro de cada gleba homogênea;
- Elimina-se a vegetação, folhas, ramos ou pedras da superfície;
- Faz-se uma cova com a pá de corte em formato de cunha, até 20 cm de profundidade, ou nas profundiades indicadas para situações de cultivos específicos. No caso dos trados, introduz-se os mesmos até 20 cm de profundidade.
- Corta-se com a pá uma fatia de 2 a 5 cm de espessura em um dos lados da cova;
- Conserva-se a fatia sobre a pá e, com um facão, separa-se os lados, colocando o miolo no balde, conforme ilustrado na figura abaixo.
- Mistura-se bem a terra no balde, proveniente das 10 a 20 amostras simples, retirando após 1/2 Kg dessa terra (amostra composta).
- Coloca-se a terra num saco plástico limpo, e preenche-se adequadamente o formulário de informações, enviando imediatamente, a amostra para o laboratório.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

MIP

Manejo Integrado de Pragas

Controlando pragas e cuidando do meio ambiente
O manejo integrado de pragas e doenças é uma estratégia de controle múltiplo de infestações que se fundamenta no controle ecológico e nos fatores de mortalidade naturais procurando desenvolver táticas de controle que interfiram minimamente com esses fatores com o objetivo de diminuir as chances dos insetos ou doenças de se adaptarem a alguma prática defensiva em especial.

Quando bem empregada, a técnica do Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIP) limita os efeitos potenciais prejudiciais dos pesticidas químicos à saúde pública e ao ambiente natural.

O objetivo dessa estratégia não é o de eliminar os agentes, mas reduzir sua população de modo a permitir que seus inimigos naturais permaneçam na plantação agindo sobre suas presas favorecendo a volta do equilíbrio natural desfeito pela plantação e pelo uso de defensivos agrícolas. Dessa forma, requer o entendimento do sistema da plantação como um todo e o conhecimento das interelações ecológicas entre os insetos agressores, seus inimigos naturais e o ambiente onde está a plantação está inserida.

A decisão de tomada de uma ação contra a infestação de insetos e outros agressores ou doenças requer o entendimento do nível de tolerância da plantação sem refletir em perda econômica substancial. Para tanto, é necessário o acompanhamento e a pesquisa na plantação para estimar o grau de abundância e severidade da infestação. As táticas usuais recomendadas do Manejo Integrado de Pragas são:

(i) Uso de sementes resistentes – Algumas variedades de plantas desenvolveram mecanismos de defesa e se tornaram resistentes ou tolerantes, repelem ou se tornam menos preferidas pelas infestações. As vantagens desta tática incluem a facilidade de uso, compatibilidade com outras táticas de controle de pragas, baixo custo e impacto cumulativo sobre a praga com mínimo impacto ambiental negativo. Por outro lado, o desenvolvimento de variedades de soja tolerantes a pragas requer tempo e investimentos consideráveis, e nem sempre as resistências obtidas se tornam permanentes.

ii) Controle através de práticas agrícolas - A adoção de certas práticas agrícolas torna o plantio menos favorável às infestações. Exemplos incluem a rotação de culturas, seleção de áreas de plantio, plantio de culturas-armadilhas, e ajuste do plantio e colheita na época menos favorável às infestações.

iii) Controle físico e mecânico - O uso de barreiras físicas, como valas e coberturas plásticas, dificulta a locomoção dos insetos para a plantação. Outras técnicas apropriadas incluem o uso de armadilhas plásticas, fitas adesivas, dentre outras.

iv) Biocontrole – Por biocontrole ou controle biológico entende-se o uso de produtos químicos que ocorrem naturalmente ou de organismos benéficos para prevenir, reduzir ou erradicar a infestação de pragas e doenças nas plantações, inclusive ervas daninhas. No caso dos organismos busca-se atrair ou introduzir na plantação inimigos naturais da praga ou doença; podem ser usados insetos, vírus, protozoários, fungos ou bactérias como predadores, parasitas, agentes patogênicos; ou introduzir machos da espécie daninha esterilizados. Algumas vantagens estão relacionadas com a redução de acidentes ambientais e segurança pública provocados pelo uso de agrotóxicos, como alternativa econômica para certos inseticidas, na prevenção de perdas econômicas de plantações, menor impacto ambiental e na qualidade da água. Por outro lado, as principais desvantagens estão relacionadas com a necessidade de melhor planejamento e gestão intensiva da cultura, toma mais tempo, às vezes os custos são superiores ao uso de defensivos agrícolas, requer paciência e sistema de acompanhamento e registros, e educação e treinamento.

v) Controle químico – Sob a ótica do MIP, somente quando as táticas anteriores se mostraram ineficazes para controlar a infestação na plantação então o uso de defensivos agrícolas se torna justificável. Em muitas plantações, principalmente a soja, inseticidas e herbicidas ainda são os principais meios de controle de pragas e apresentam suas vantagens: são relativamente baratos e fáceis de aplicar, transportar e são versáteis, pois podem ser apresentados em diferentes formas, tais como, pós, aerossóis, líquidos, granulados, iscas, e de liberação lenta. Inseticidas são classificados por diferentes modos, mas prevalece o método do ingrediente ativo, por exemplo, os organofosforados, os piretroides e outros. Há, também, as categorias convencional e bioracional – na primeira, o espectro de ação do pesticida é bastante amplo enquanto que na segunda prevalece a especialização da ação, seja ela nos hábitos de alimentação como nos estágios de vida da infestação. Em termos, a categoria de defensivos bioracionais é menos agressiva. Novas tecnologias de aplicação nas chamadas agriculturas de precisão, aliam a aplicação de defensivos e insumos necessários com alta tecnologia de sensoriamento remoto e uso de GIS (Geographic Information System).